top of page

Fontes de Exposição

 

    População em geral

 

   A população pode estar exposta ao arsénio no ar, água de consumo e comida, sendo normalmente a comida a principal fonte de exposição arsénio. Em certos locais existem rochas com elevados níveis de arsénio, o que pode originar altos níveis de arsénio nos solos e águas e, consequentemente nos géneros alimentícios [6].

   

                   DIETA ALIMENTAR

     O consumo total diário de arsénio em alimentos e bebidas é em média de 20-300 μg/dia. Na maioria dos produtos alimentares foram medidos níveis baixos de arsénio inorgânico e orgânico (normalmente, a concentração é inferior a 0,25 mg/kg) [6].

    Existem diversos fatores que influenciam a sua concentração nos alimentos, como: tipo de alimento (seja marisco, carne, lacticínio); condições de cultivo (tipo de solo, água, recurso a pesticidas contendo arsénio) e técnicas de processamento alimentar. A maior concentração de arsénio foi encontrada em marisco, seguido de carne, cereais, vegetais, fruta e produtos lacticínios. Enquanto o arsénio inorgânico predomina na carne, cereais e lacticínios, o arsénio orgânico (arsenobetaína e diferentes arsenoaçucares) é mais comum no marisco, vegetais e fruta. É importante notar que a ingestão de arsénio total a partir da dieta também varia de acordo com a região do globo [6].

                  SOLO 

 

  Num solo não contaminado a concentração de arsénio pode variar entre 0,2 e 40 mg/kg. Em solos contaminados com pesticidas arsenicais ou perto de minas de cobre, essa concentração varia entre 100 e 2500 mg/kg [20].

 

                            ATMOSFERA

 

   

   

   A inalação de arsénio a partir do ar constitui uma menor fonte exposição para a população. Considerando uma taxa de respiração de 20 m3/dia, estima-se que a inalação diária pode chegar a 20-200 ng em zonas rurais e 400-600 ng em cidades sem emissões industriais substanciais de arsénio. Antes de 2003, o arsénio era usado na produção de conservantes de madeira, pelo que serrar madeira tratada com estes produtos pode gerar serradura contaminada com arsénio. Também a queima destas madeiras pode resultar num aumento dos níveis de arsénio no fumo [6].

   Na agricultura, alguns herbicidas têm na sua composição substâncias derivadas do arsénio, pelo que o operador deve adotar as medidas de segurança convencionais para se proteger e proteger o ambiente [6].

                           

 

                         ÁGUA 

 

   

 

   A maior ameaça para a saúde pública provém de águas subterrâneas contaminadas, uma realidade que afeta várias regiões do mundo. A irrigação de culturas e a preparação de alimentos com água  contaminada, são duas das formas de exposição [24].

   Atualmente, o valor limite de arsénio, recomendado pela Organização Mundial de Saúde, na água potável é de 10 μg/litro (este valor de referência é considerado provisório devido à difícil medição e remoção do arsénio da água potável) [24].

    Exposição ocupacional

   

   A inalação de partículas contendo arsénio é a principal via de exposição em determinados grupos populacionais, mas a ingestão e a via dérmica podem ser significativas em certas situações (tenha-se como exemplo a preparação de madeira tratada com CCA – Chromated Copper Arsenate[6].

    As ocupações profissionais e as indústrias que constituem um maior risco são: construção; produção e processamento de metal não-ferroso (exceto alumínio); extração de óleo e gás; fabrico de vidro; indústria eletrónica; fundição de cobre e chumbo; tratamento de madeiras, entre outros [6,14].

     Pessoas que estejam envolvidas na produção ou aplicação de pesticidas com compostos orgânicos contendo arsénio também estão em maior contacto com o tóxico [14].

 

 

    Biomarcadores de exposição

 

    Urina: Os valores obtidos através da análise de uma urina são, geralmente, pela sua fiabilidade, melhores indicadores para exposições recentes. No entanto, se os níveis forem excessivamente elevados, poderá dever-se à presença de formas não tóxicas de arsénio provenientes da dieta [11].

 

     Sangue: Os níveis sanguíneos são por vezes utilizados para avaliar o estado dos indivíduos envenenados de forma aguda. Como amostra biológica não é geralmente útil para o estudo da toxicidade a longo prazo, caracterizada por níveis baixos [11].

 

    Cabelo e unhas: São amostras úteis para exposições que ocorreram 1-10 meses antes. Ter cuidado com a manipulação destas amostras para evitar a sua contaminação e a inviabilização dos resultados [11].

     

Figura 10: Risco estimado de arsénio na água de consumo a nível mundial.

Tabela III: Níveis normais de arsénio no ambiente e no Homem [6].

Referências

[6]  Arsenic and Arsenic Compounds Monograph. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans, Volume 100C (2012), disponível em: http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol100C/mono100C-6.pdf

[11] Toxicological Profile For Arsenic. U.S. Department Of Health And Human Services. Public Health Service Agency for Toxic Substances and Disease Registry (August 2007). Disponível em: http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/tp2.pdf

[14]ToxGuideTM for Arsenic, U.S. Department of Health and Human Services. Disponível em: http://www.atsdr.cdc.gov/toxguides/toxguide-2.pdf

[20] Cunha, Pedro D. Rodrigues, and António AL Duarte. "Remoção de arsénio em águas para consumo humano." (2008).

[24] Arsenic, World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs372/en/

bottom of page